Apresentador: Olá você em todo o Brasil, eu sou Luciano Seixas e começamos agora o Café com o Presidente, o programa de rádio do presidente Lula. Estamos hoje gravando na Base Aérea de Brasília. Olá presidente, como vai? Tudo bem?

Presidente: Tudo bem, Luciano.

Apresentador: Presidente, nessa segunda-feira o programa Minha Casa, Minha Vida começa o cadastramento dos interessados. Dá pra dizer que todos estão preparados para tornar realidade o projeto de construir um milhão de casas?

Presidente: Olha, eu acredito que todos estão preparados, mas acho que todos vão ficar mais preparados nos próximos dias, porque nós marcamos o dia 13 como referência para que começassem a se cadastrar tanto as pessoas que querem as casas quanto os projetos de empresas que estão prontos, quanto as cidades que têm projetos e nós sabemos que isso leva um tempo de maturação. O que é importante Luciano ficar muito claro é que esse é um programa suntuoso, um programa arrojado. é um desafio para o governo, é um desafio para as prefeituras, é um desafio para os governos dos estados, é um desafio para os empresários, porque nunca se pensou no Brasil fazer um desafio como esse à construção civil, aos governos para que a gente pudesse construir um milhão de casas. Portanto, é um desafio extraordinário e eu acho que é esse desafio que vai permitir que todos nós nos aperfeiçoemos, que todos nós amadureçamos muito mais para que a gente possa dar respostas em primeiro lugar ao déficit habitacional e em segundo lugar a geração de empregos que tanto nós precisamos para suprir o desemprego causado pela crise econômica mundial.

Apresentador: Bom, além da questão do déficit habitacional e dessa questão do desemprego, o senhor tem sempre colocado que um dos pontos importantes desse projeto é ajudar no combate à crise internacional. Como é que isso se dá, presidente?

Presidente: Olha, veja, nós temos uma crise internacional que prejudicou em primeiro lugar a maior economia do mundo que é os Estados Unidos, depois a Europa e depois o Japão que são as economias mais fortes do mundo. E por conseqüência essa crise vem resvalar nos países emergentes como China, Brasil, Rússia, índia, áfrica do Sul, México, Argentina. Por que? Porque essa crise internacional ela fez com que o crédito desaparecesse do mercado, diminuísse o fluxo de financiamento para as exportações, os países começam a comprar apenas aquilo que é extremamente necessário e aquilo que é supérfluo ele deixam de comprar, portanto tem diminuído as exportações de todos os países no mundo, ou seja, todo mundo vai comprar apenas o necessário e isso cria problema em vários países, em vários setores. No Brasil nós estamos atuando para que a força do nosso mercado interno possa suprir as deficiências do mercado externo. Ou seja, o que nós queremos é fortalecer o nosso mercado interno, porque aqui no Brasil, diferentemente dos Estados Unidos, ou diferentemente da Europa, a maioria do povo não tem carro, portanto nós precisamos facilitar a venda de carros porque tem muita gente precisando de carro. Aqui no Brasil ainda precisamos de muito investimento em infraestrutura porque ainda não temos as ferrovias que precisamos, os portos , aeroportos, as estradas que precisamos, por isso estamos com o PAC [Programa De Aceleração do Crescimento] fazendo grandes investimentos em infraestrutura, por isso estamos incentivando a Petrobras a fazer os investimentos de 178 bilhões de dólares, que ela tem que fazer, para que a gente possa não só explorar o pré-sal, como construir os gasodutos, as plataformas, as sondas e os navios que precisamos construir. E ao mesmo tempo incentivar a construção civil, seja a construção civil das casas populares, das pessoas que ganham até 3 salários mínimos, das pessoas que ganham de 3 a 6, das pessoas que ganham de 6 a 10, como também as pessoas que ganham mais. Então nós estamos atendendo todas as faixas da sociedade para que a gente possa fazer com que o Brasil enfrente definitivamente o seu déficit habitacional e, obviamente, que enfrente a crise econômica porque a construção civil é um setor que gera muito emprego e portanto atende a uma camada da população menos qualificada profissionalmente, mas nem por isso menos importante do que os brasileiros, sabe, que tem grande formação profissional. Nós queremos gerar empregos para todos. Obviamente que você gerando mais emprego na construção civil, você vai gerar um consumidor, que vai gerar mais emprego na indústria, que vai precisar contratar gente mais profissionalizada e a economia volta a funcionar normalmente gerando a riqueza e as oportunidades de emprego que tanto nós precisamos no Brasil.

Apresentador: Você está ouvindo o Café com o Presidente, o programa de rádio do presidente Lula. Presidente, o senhor falou agora a pouco dos automóveis, a indústria automobilística também registrou números positivos no último mês, não é isso?

Presidente: Olhe, nós tomamos as medidas necessárias e certamente iremos tomar outras medidas se for necessário. Nós, quando fizemos a redução do IPI [imposto sobre produtos industrializados] para automóvel nós sabíamos da importância da cadeia produtiva automobilística. Eles representam aproximadamente 24 a 25 % do PIB [produto interno bruto] industrial brasileiro. Mas não é apenas isso, nós também tomamos medidas para fazer com que os bancos pequenos voltassem a fazer crédito e isso ajuda também ao comércio, ao capital de giro da pequena e média empresa. Ou seja, aos poucos nós estamos tomando conta da situação econômica e fazendo com que o Brasil dê para dentro de si as respostas que os brasileiros esperam que o Brasil dê.

Apresentador: Muito obrigado, presidente Lula e até semana que vem.

Presidente: Obrigado a você Luciano, e até a próxima semana.

Apresentador: O programa Café com o Presidente volta na próxima segunda-feira. Até lá.