Jesuítas e selvagens: a negociação da fé no encontro catequético-ritual americano-tupi (séculos XVI-XVII)
Prefácio da Profa Laura de Mello e Souza
9
traduzir o verbum
41
a catequese vulgarizada
61
o contrato lingúísticocolonial
77
Conceitos Palavras e Gramáticas
109
Problemáticas Históricas Modernas da Catequese
135
Catecismos Americanos do Século XVI e Catecismos Jesuítas
237
Política Linguística e Evangelização
341
Política Linguística na Catequese Indígena Brasileira
385
4 Da Leitura da Alteridade sub specie religionis à Leitura
401
Vestígio Documento Monumento e Doutrina
425
A Missio Européia entre Selvagens Americanos e Sábios Chineses
443
da cronologia bíblica
475
Síntese do Percurso e Problemáticas Históricas Anexas
499
Fontes Impressas
539
Gramáticas e Vocabulários das Línguas Indígenas SulAmericanas
545
Trento em Lima
367
저작권
Para realizar a difícil tarefa evangelizadora, que envolvia o trabalho de tradução, os missionários jesuítas dos séculos XVI e XVII tiveram que produzir uma 'língua geral da costa'. A descontextualização lingüística resultante produziu significações peculiares no ponto de vista cultural, de tal maneira que a nova gramática e a nova semântica poderiam ser entendidas no interior de um processo histórico de encontros de culturas. O 'outro' (a diversidade cultural) e o 'mesmo' (a ortodoxia religiosa) se verificam, a partir do século XVI, nos catecismos elaborados nas línguas exóticas americanas. Tais registros evidenciam não apenas a redução da alteridade indígena na perspectiva literário-religiosa ocidental, mas também o alargamento dessa mesma perspectiva pela necessidade de incorporação das instituições mítico-rituais dos índios.