O espelho do “diga-me com que andas” revela uma
imagem perturbadora.
Estamos casados com a Venezuela num grupo raro de
nações em situação crítica, reconhecido internacionalmente como
“calamitoso”.
Explico como chegarmos lá.
Na década de 1960, o economista americano
Arthur Okun popularizou um cálculo simples, apelidado de Índice da
Miséria.
Esse índice faz a soma entre a taxa de inflação
de um país e a taxa de desemprego.
Para o Brasil atual, temos 8,9 de inflação,
acrescidos de 6,9 de desemprego, perfazendo um total de 15,8 pontos que nos
coloca junto aos destaques globais.
Em 1999, outro famoso economista, Robert Barro,
apurou a metodologia de Okun de forma a agregar também a taxa de juros.
Somando os 15,8 de Okun com 14,2 de Selic,
alcançamos um emblemático Índice “Barro” de Miséria de 30 pontos - que deixa de
ser mero destaque para assumir um posto vergonhoso entre os líderes (Venezuela,
Irã, Grécia, Sérvia e Argentina).
Por incrível que pareça, nosso processo de
venezualização é ainda mais grave.
Como extensão natural de Arthur Okun e Robert
Barro, os macroeconomistas contemporâneos chegaram à definição do Clube
das Calamidades.
É dificílimo entrar nesse clube.
O critério de seleção é dos mais rigorosos.
Para ganhar acesso, o Governo de um dado país
precisa ter uma taxa de aprovação popular menor do que sua taxa de inflação.
Por vários anos, esse filtro foi motivo de
chacota. Seu enquadramento era tão absurdo que apenas um país como a Venezuela
conseguia atender aos requisitos.
O Clube das Calamidades sempre foi tido como o
clube indisputável de um único titular.
Não é mais o caso.
Com incríveis 7,7% de aprovação e 8,9% de
inflação, o Governo Dilma desafiou a exclusividade venezuelana.
Diante de tamanho feito, o reingresso em outro
clube, do Grau Especulativo, me parece cada vez mais provável.
Não falo por ironia ou sarcasmo.
Os riscos, já sérios, se tornaram graves em
julho.
A Bolsa brasileira derreteu -4,17% no mesmo mês
em que o dólar se aproximou rapidamente dos R$ 3,50.
Esta história não termina assim; há uma
conclusão necessária por vir.
Temos que nos proteger - e até mesmo lucrar -
com as potenciais calamidades reservadas para agosto.
Nos próximos dias, mostraremos os resultados
que a Carteira
Empiricus é capaz de entregar, especialmente neste contexto grave.
Fique atento, acompanhe de perto.
Queremos andar em boa companhia.
Até a próxima,
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