Governo Dilma conseguiu aplicar pouco mais da metade dos recursos previstos para o período 2011-2014, sendo grande parte para o financiamento habitacional
Gabriel Castro, de Brasília
Em quase dois anos e meio, governo Dilma aplicou pouco mais que metade dos investimentos previstos para o PAC 2 (Ueslei Marcelino/Reuters)
O governo federal investiu, até 30 de abril, 557,4 bilhões de reais no Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) 2. O ritmo de aplicação dos recursos avança lentamente e pode se mostrar insuficiente para que a meta estabelecida pelo governo da presidente Dilma seja atingida: até agora, 56,3% dos recursos previstos para o período 2011-2014 (955 bilhões de reais) foram aplicados. Os dados foram divulgados nesta segunda-feira, no sétimo balanço quadrimestral do programa, em Brasília.
Dos 557,4 bilhões investidos, 178,8 bilhões se referem ao financiamento habitacional, 152,2 bilhões foram aplicados por estatais, 113, 9 bilhões vieram da iniciativa privada e outros 46,3 bilhões de reais vieram do programa Minha Casa Minha Vida. Ao todo, 18,7 bilhões saíram do Orçamento de 2013, que foi aprovado com atraso pelo Congresso.
O Ministério do Planejamento explicou, contudo, que esse dinheiro se refere ao período até 6 de junho e não fim de abril, como os outros dados. Mesmo assim, o montante já aplicado do Orçamento é menos de um terço do que o total esperado para o ano (60,6 bilhões de reais). Para a ministra do Planejamento, Miriam Belchior, o ritmo das aplicações é normal. "Se a gente olhar a curva de execução, sempre há uma concentração maior no segundo semestre. Por isso, esse um terço não nos preocupa", afirmou ela nesta segunda-feira.
De acordo com o balanço, 35% das ações do PAC 2 já foram concluídas, 53% estão dentro do prazo, 9% exigem atenção e 3% estão em situação preocupante. De acordo com o balanço, haviam sido investidos 472,3 bilhões de reais até dezembro de 2012. Ao todo, o PAC 2 prevê investimentos de 1,586 trilhão de reais, sendo 631,4 bilhões para depois de 2014.
Entre as ações com situação considerada preocupante estão as obras do trecho Caetité-Barreiras da Ferrovia Oeste-Leste e o terminal de cargas do aeroporto de Porto Alegre. No setor de saneamento, estão com andamento inadequado cinco das oito obras previstas.
Até agora, o PAC 2 concluiu 1.889 quilômetros de rodovias - faltam 7.349 - e 555 quilômetros de ferrovias - faltam 2.576. Também foram entregues dezenove obras em aeroportos, quinze em portos e dez em hidrovias.
"Os investimentos são uma preocupação permanente da nossa presidente. Nós estamos estabelecendo cada vez mais metodologias de trabalho para alavancar a execução dos investimentos que estão sob responsabilidade do governo federal", disse ainda Miriam Belchior.