meio ambiente - Países ricos precisam assumir sua responsabilidade para combater o aquecimento global 12/10/2009
작성자 : 임두빈 작성일 : 2011-01-17 10:26:02 조회수 : 146

Apresentador: Olá você em todo o Brasil. Eu sou Luciano Seixas e começa agora o Café com o Presidente, o programa de rádio do presidente Lula. Olá, presidente, como vai? Tudo bem?

Presidente: Tudo bem, Luciano.

Apresentador: Presidente, na semana passada, o senhor esteve em Estocolmo, na Suécia, durante a 3ª Cúpula Brasil-União Europeia. Por lá, o senhor falou sobre a proposta brasileira em relação às mudanças climáticas, proposta que será apresentada na Conferência da ONU, no mês de dezembro, não é isso?

Presidente: Luciano, na verdade, nós ainda estamos construindo uma proposta envolvendo toda a sociedade brasileira e nós pretendemos fechar ela este mês ainda, para que a gente possa mandar para os outros países, porque tem muita gente querendo trabalhar junto com o Brasil na construção de uma proposta para Copenhague. Na verdade, o nosso plano de mudança climática, ele prevê que a gente, até 2020, possa diminuir o desmatamento em 80%. Isso significa que a gente vai deixar de emitir praticamente 4,8 bilhões de toneladas de CO2. Ou seja, nós queremos apresentar uma proposta, nós queremos construí-la junto com outros países, nós queremos ver o que que é possível tirar em Copenhague, como proposta, sobretudo, do mundo desenvolvido, para que eles assumam compromissos, não apenas para diminuir as emissões, mas para que eles possam pagar pelo estrago que já fizeram ao planeta. Porque tem que ter uma diferença muito grande entre os países ricos que têm política industrial há mais de 150 anos, e os países pobres, que estão começando a se desenvolver agora e os países emergentes. Não é a mesma coisa Estados Unidos e China. Nos Estados Unidos tem uma revolução industrial há quase 200 anos. A Inglaterra, 200 anos. A China começou agora. Portanto, a responsabilidade com o aquecimento do planeta é muito maior, por parte dos países ricos do que por parte dos países emergentes. Agora, o que que nós queremos construir na verdade? Na verdade, nós temos que construir uma proposta medindo quanto cada país está emitindo de gás efeito estufa agora, quanto que ele emitiu, ao longo da sua história, e quanto ele está contribuindo para seqüestrar carbono. Porque aí você vai responsabilizar cada país pelo estrago que ele fez e acabar com essa discussão genérica, em que todo mundo quer ser tratado em igualdade de condições, e não pode ser tratado em igualdade de condições. O Brasil, depois que nós fizemos o nosso Zoneamento Agroecológico para a Cana-de-açúcar, deixando praticamente toda a região da Amazônia proibida de plantar cana, Pantanal também. Ou seja, nós estamos preservando os nossos biomas. Nós queremos que os outros países assumam a responsabilidade. Primeiro, pagar pelo estrago que já fizeram; segundo, se eles estão emitindo muito gás de efeito estufa eles terão que diminuir. Significa diminuir o padrão de consumo, ou mexer em alguma coisa da produção. Se eles não quiserem fazer isso, eles vão ter que reflorestar o seu país. Se eles não quiserem fazer isso, eles vão ter que pagar para os países que têm matas, que tem florestas ainda, preservar e ter uma compensação financeira por isso.

Apresentador: Você está ouvindo o Café com o Presidente, o programa de rádio do Presidente Lula. Presidente, nesta semana o senhor vai vistoriar as obras de revitalização e integração do rio São Francisco. Podemos dizer que essa obra é a possibilidade de proporcionar um salto de desenvolvimento ao Nordeste brasileiro?

Presidente: Olha, é importante que o povo saiba que essa obra, o Brasil tenta fazer ela desde 1846 ou 47, se não me falha a memória. E essa obra sempre teve um impedimento, por discussões políticas, por divergências entre os estados doadores e os estados receptores. E nós tomamos uma decisão de construir um projeto, conversando com as pessoas de todos os estados e assumindo compromisso. Primeiro, nós queremos revitalizar o rio São Francisco, ou seja, nós queremos recuperar as margens dos rios, recuperar as matas ciliares, a gente quer fazer saneamento básico nas cidades para que as cidades não joguem o esgoto no rio São Francisco. E nós começamos fazendo isso e, ao mesmo tempo, começamos uma política de levar água para as comunidades próximas ao rio São Francisco. E esse canal, na verdade, ele vai levar água para mais de 12 milhões de pessoas entre os estados de Pernambuco, da Paraíba, do Rio Grande do Norte, do Ceará, que são as pessoas que vivem o drama da seca mais forte do que qualquer outro cidadão brasileiro. Ou seja, é uma coisa secular e nós achamos que é importante levar água e essa água ela vai perenizar alguns rios existentes e, ao mesmo tempo, vai manter os açudes num nível com água, para que a gente possa fomentar a pequena agricultura, irrigação em muitos estados da federação. Eu acho que é uma obra vital para o país e é uma obra em que a gente vai levar a possibilidade de milhões e milhões de brasileiros, que às vezes andam 12 quilômetros, 15 quilômetros para pegar um pote d’água ou para as pessoas que ficam esperando o carro-pipa da prefeitura, ter esse problema resolvido e viver dignamente. Ou seja, a água é um direito fundamental do ser humano. Então, nós temos que assumir essa responsabilidade. É uma obra que custa mais de R$ 6 bilhões, uma parte dela ficará pronta até 2010, outra parte ficará pronta até 2012. O dado concreto é que alguém tinha que fazer, e nós estamos fazendo. É uma obra muito importante e ela vai tornar as regiões brasileiras menos desiguais.

Apresentador: Muito obrigado, presidente Lula, e até semana que vem.

Presidente: Obrigado a você, Luciano, e até a próxima semana.

Apresentador: O programa Café com o Presidente volta na próxima segunda-feira. Até lá.

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